Os gastos com a volta às aulas

Vilma Medina, Diretora de Guiainfantil.com
Neste artigo
  1. Escolas particulares
  2. Livros e materiais escolares
  3. Saiba mais...
  4. Uniforme escolar

Cada vez custa mais caro equipar os filhos de acordo com o novo curso escolar. Se a família já teve que gastar muito dinheiro com as férias, seu bolso terá agora que enfrentar os gastos com o colégio das crianças.

Livros de textos, roupa, uniformes, materiais, mochilas, etc., são as compras que terão que fazer antes que se comece o ano letivo. Cada vez custa mais caro equipar os filhos de acordo com o novo curso escolar. No início do ano, os pais, além de inúmeros impostos que incidem nessa época do ano, terão que fazer contas e a economia doméstica dispara.

Os livros de texto, uniformes, material escolar e desportivo, transporte, merendas e ensino, implicam num gasto importante. Os gastos com roupa e calçados chegam a absorver um terço do orçamento total destinado pelas famílias.

Os gastos são muitos, portanto a palavra de ordem é planejar as despesas. A dica é iniciar a pesquisa de preço, com o objetivo e evitar correria e, ao mesmo tempo, ter a liberdade de escolher as melhores condições de pagamento.

Se deixar para fazer as compras muito perto da volta às aulas, a tendência é que pare na primeira loja e adquira tudo de uma só vez, sem se prender demais ao preço cobrado no estabelecimento.

A primeira lição é "enxugar" a lista de material, de forma a gastar o mínimo necessário. Como? Além da economia, cortando alguns itens da sua lista. É comum as crianças quererem tudo novo, desde a mochila, estojo, novidades da estação. Daí a necessidade de ensiná-las desde cedo a economizarem e não serem excessivamente consumistas. 

Escolas particulares

Escola particular consome 21,7% do orçamento familiar com educação; faculdade representa 48,8% dos gastos.

As famílias brasileiras gastam mais que o dobro para pagar universidades do que para custear a educação fundamental de seus filhos. Pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) a pedido da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) mostra que as despesas com ensino superior privado representam 48,83% dos gastos com educação. O fundamental é responsável por 21,69% dos gastos.

Segundo a pesquisa, há 10,7 milhões de domicílios no País com pelo menos um morador estudando na rede privada - básica ou superior. Isso representa 22,13% do total. Deles, 14% têm renda de até cinco salários mínimos; 46%, entre 5 e 15 salários; e 38,85%, acima de 15. Mais de 12 milhões de estudantes brasileiros cursam o ensino particular.

Em alguns Estados, a proporção entre gastos com universidade e educação fundamental é maior ainda. No Distrito Federal, são 64% e 15%, respectivamente. Foram analisados 14 Estados. Em apenas 3, as famílias tiveram mais despesas com a escola do que com a faculdade: Pernambuco, Paraíba e Amazonas.

“Isso acaba com o mito de que a classe alta gasta muito dinheiro com escola dos filhos, mas depois alivia os gastos no ensino superior, já que eles vão para a universidade pública”, diz o educador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Abílio Baeta Neves.

Para ele, os resultados podem ser explicados pela análise da quantidade de alunos em cada nível de ensino no País, combinada com o porcentual deles que cursa a rede privada. Na educação fundamental, cerca de 20% dos 30 milhões de alunos estão em escolas particulares. Já no ensino superior, a situação é inversa, são 70% cursando universidades pagas, de um total de 4 milhões de alunos.

pesquisa mostra ainda que os 10 milhões de famílias gastam R$ 40,1 bilhões com educação, desses R$ 5 milhões são destinados a materiais didáticos e R$ 2,6 bilhões para outros cursos não formais, como aulas de inglês, informática. O restante vai para escolas e universidades. O gasto médio mensal por família com educação é de R$ 2,9 mil.

As despesas com universidade são maiores até do que a soma dos gastos da educação infantil, fundamental e média (ensino básico) nas classes de renda mais alta. Apenas entre as famílias com renda de até 5 salários mínimos, o custo do ensino básico todo é um pouco superior ao da faculdade.

A pesquisa usou dados do IBGE de 2002 e 2003. Os valores foram atualizados para 2007.

Livros e materiais escolares

Os pais seguem numa peregrinação pelas papelarias e livrarias para fazer pesquisa de preço. Na maioria das escolas, as aulas começam em duas semanas. Até lá, é preciso completar a lista de material escolar dos filhos, que a cada ano fica maior, mais cara e com mais pedidos.

“Muita cartolina, muito papel crepom, muitos papéis de vários tipos, até alguns que a gente desconhece”, diz a militar Paula Sassaoca.

“Fazendo primeiro um orçamento, já fui a três locais diferentes para fazer a comparação de onde posso comprar no melhor preço”, conta a nutricionista Shenia Paiva.

O funcionário público Edson Vilela convidou a filha Maria Eduarda para ajudar na compra. Ela vai cursar o quarto ano do ensino fundamental. Com o carrinho cheio, eles continuam à procura do menor preço dos produtos que faltam.

“Eu notei que do ano passado para este ano teve um aumento significativo do material, principalmente dos livros. No ano passado, eu comprava livro por R$ 50, R$ 40. Este ano, chega a custar quase R$ 80”, compara Edson.

Os lojistas afirmam que o preço dos produtos subiu até 15 %. Dependendo da marca e do modelo, a diferença de preço chega a 200%. Um caderno de 100 folhas, por exemplo, custa R$ 3,77 o mais barato. Outro, com as mesmas 100 folhas, sai por R$ 32,49. O estojo também tem diferença: pode ser de R$ 2,99 a R$ 48,50. Mochilas vão de R$ 9,99 até quase R$ 200. Os pais têm de pesquisar, porque os filhos só querem produtos de marca.

Saiba mais...

A compra de uso coletivo, como folhas de papel A4, cartolinas, cola, grampos e material de limpeza não é obrigatória. De acordo com o presidente do Procon, Ricardo Pires, se os pais já tiverem comprado esse tipo de material, a devolução pode ser cobrada ao fim do ano, em caso de não utilização.

Uniforme escolar

Se você tem filhos em idade escolar, prepare o bolso. Mesmo para os alunos das escolas públicas o uniforme é pago. Custa, em média, de R$ 11 a R$ 17 só a camiseta. E é necessário no mínimo 2 uniformes por criança e quem tem muitos filhos, a coisa aperta.

Em poucos dias, tudo volta ao normal. Na rua, no trabalho e nas escolas. Pais e mães correm contra o tempo. Além do material escolar, há mais uma despesa: o uniforme é peça obrigatória nas escolas. Só os adultos não precisam usar. De qualquer forma, é bom ficar atento. Assim como cadernos e livros, o preço de camisetas, bermudas e casacos varia bastante.

No caso de alunos de escolas públicas, a lei diz que a Secretaria de Educação é obrigada a fornecer uniforme para estudantes de 6 a 15 anos e que sejam carentes. Todos devem receber pelo menos uma peça. No caso das escolas particulares, a lei exige apenas que o uniforme seja definido levando em conta o clima e as condições econômicas. Todo pai deve comprar o uniforme na loja que achar melhor, a menos que a escola tenha uma marca
própria”, diz o presidente do Procon-DF, Ricardo Pires.

Ainda de acordo com Ricardo Pires, a escola não pode impedir a entrada do aluno carente que ainda não recebeu o uniforme: “os pais devem conversar com o diretor e essas crianças devem entrar, sim. O mais grave é que elas fiquem fora da escola”.


 

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