Crianças e bebês cegos

Vilma Medina, Diretora de Guiainfantil.com
Neste artigo
  1. Causas da cegueira
  2. Aspectos do desenvolvimento da criança cega
  3. Um bebê cego reconhece as pessoas através dos sons que produzem

A educação de uma criança ou bebê cego. O papel da sociedade diante de uma criança que tenha uma deficiência ocular é muito importante para que a criança se sinta integrada, considerada e respeitada. Uma criança com algum impedimento, se for bem atendida, educada, aceita, poderá fazer as mesmas coisas que qualquer outra criança, só que de modo diferente.

A atitude de respeito deve começar desde o momento em que se detecte a deficiência. Não temos que limitar suas possibilidades pela simples razão de que a criança tenha uma dificuldade. Pelo contrário, devemos animá-la e ensiná-la os meios pelos quais poderá fazer o que deseja. Por exemplo, não seria aconselhável que uma criança cega atravesse a rua sem antes ter recebido treinamento devido em aulas de orientação e movimentação. Mas pior seria pensar que essa criança cega possa cruzar uma rua por si mesma.

A consciência de reforçar que uma criança cega possa conseguir o que uma criança sem deficiência consegue, deve estar presente em todos os espaços da sociedade, em casa, na escola, nas ruas, parques, etc. O que não se pode permitir é que tenham pena da criança cega. Se for assim, estaremos tirando a oportunidade de que seja e que se sinta produtiva na sociedade.

Causas da cegueira

Uma pessoa funcionalmente cega é aquela que não vê nada (cego total), ou que somente possui percepção de luz ou outros lampejos. As causas dessa deficiência residem em:

- Doenças de origem hereditária como catarata congênita, miopia degenerativa, etc.

- Doenças de origem congênita: atrofia do nervo ótco, perda da agudeza visual, rubéola durante a gravidez.

- Transtornos de origem traumática: na retina, excessiva administração de oxigênio na encubadora, retinopatia diabética, desprendimento da retina.

- Trastornos produzidos por tumores, vírus ou tóxicos: tumor na retina, inflamação e degeneração do nervo ótico.

Aspectos do desenvolvimento da criança cega

A sensibilidade do tato e a audição, são capacidades que devem ser estimuladas e desenvolvidas na criança cega. Através dessas sensações, a criança poderá conhecer seu espaço. A audição, por exemplo, permite à criança diferenciar sons, localizar e detectar obstáculos e identificar pessoas e objetos. Quanto aos sentidos químicos, o paladar e o olfato, não existem estudos relacionados.

A educação de um bebê cego tem como objetivo conseguir sua maturidade e desenvolvimento de acordo com as suas possibilidades. O papel dos pais é importante. Devem considerar que:

- Devem alimentar a exploração do bebê das distintas partes do seu corpo.

- Não devem impedir a atividade motriz pelo medo das quedas.

- O desenvolvimento do tato e da audição é importante para que a criança perceba os sons e descubra de onde procedem.

- Devem melhorar os comportamentos pré-verbais do bebê (o sorriso, o choro).

- Devem estimular a exploração do meio, associando palavras aos objetos.

- Devem ajudar a criança a desenvolver atividades da vida diária, como pegar a mamadeira, a chupeta, utilizar as cobertas, vestir-se e a tirar a roupa sozinhas, indicar quando quiser urinar, etc.

Um bebê cego reconhece as pessoas através dos sons que produzem

É necessário saber que nos primeiros meses de vida, o desenvolvimento da criança cega é similar a de um vidente. A partir do quarto mês de vida, as diferenças são mais evidentes. Para um bebê cego, as pessoas existem através dos sons que produzem. Entre os 7 e 9 meses, o bebê cego começa a buscar objetos que já conhecem. E entre os 9 e 12 meses, sabem buscar o objeto no lugar que deixou.

Quanto ao desenvolvimento postural e motor dos bebês cegos, pode ser quase igual aos dos outros. Somente haverá atraso no gatinhar, que é entre os 12 e 13 meses, e o caminhar até os 19 meses. A linguagem adquire um papel fundamental na criança cega, principalmente no que diz respeito a conseguir situações concretas.

Se uma criança cega não recebe afeto nem estímulo ambiental, pode converter-se em uma criança passiva, incapaz de enfrentar situações do dia-a-dia, acabará se sentindo inferior, e deficiente quanto à sua imagem corporal.

 

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