A criança e o consumismo

Vilma Medina, Diretora de Guiainfantil.com
Neste artigo
  1. Crianças e o consumismo

Pais devem estar alertas ao consumismo dos filhos. Segundo censo do IBGE no ano 2000, havia 30 milhões de crianças até nove anos de idade. De olho nesse número, o aumento da verba publicitária para esse público aumentou muito. E isso não é um fenõmeno registrado apenas no Brasil, mas no mundo todo.

Para atrair esse público, as propagandas e os produtos ficam cada vez mais atrativos, utilizando-se imagens de atores famosos, personagens infantis, cantores, apresentadores, tudo isso para criar na mente da criança o desejo do consumo.

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A criança é alvo de muitas empresas, pois conseguindo atraí-la desde cedo, possivelmente será o consumidor de amanhã. São conhecidos casos, por exemplo, de grandes redes que vendem perfumes, maquiagem, esmaltes, cremes, etc, criando clubes de relacionamento com crianças, querendo saber seus anseios, desejos, e assim criar um consumidor fiel.

A criança é mais suscetível à propaganda, principalmente pela pressão do grupo em que está inserida, que muitas vezes é forte a ponto de ser irresistível. Dentro das instituições, é comum crianças que são líderes natas, que têm influência forte sobre as outras, ditarem moda, comportamentos, e muitas que não estão “dentro” são excluídas do grupo. Isso para a criança é uma pressão enorme.

As publicidades têm criado peças que falam diretamente às crianças. E isso deve ter limites porque o público que é atingido são crianças.

Mas queremos alertar que o principal fator que ajudará a criança a não se tornar um consumidor compulsivo, é a determinação e orientação dos pais. Pais que não têm limites provavelmente irão gerar isso nas crianças. E isso não tem nada a ver com ser rico ou pobre, o consumismo está em todas as faixas da sociedade. Cada vez mais, psicólogos são procurados por pessoas que não têm limites para o consumo, são compulsivos e não conseguem parar de comprar, endividando-se dia após dia.

Crianças e o consumismo

“É necessário que exista uma mudança de atitude. Precisamos mudar o estilo de vida. A partir disso, acreditamos que algo será posto no lugar do consumo, que agora se constitui numa parte crítica e central da vida. Temos que substituir o consumo pela arte, pela beleza e pelas relações humanas”, defende Helio Mattar, presidente do Instituto Akatu.
O papel da televisão torna-se o maior meio para atingir as crianças. Segundo o Ibope, em 2005, crianças entre 4 e 11 anos ficaram expostas à frente da TV cerca de 4 horas e 51 minutos por dia Isso torna as crianças brasileiras em campeãs mundiais em horas gastas em frente à telinha. Isso acontece, devido a falta de orientação, tempo, ou falta de paciência dos pais, preferindo o caminho mais fácil, que na maioria das vezes não é o caminho melhor pros filhos. O aparecimento de vídeos, games e desenhos que incitam a violência é crescente, por isso alertamos aos pais para se aproximarem mais dos fihos para verem o que estão assistindo e prestar mais atenção ao comportamento deles quando assistem determinados desenhos ou jogos como o RPG.
A televisão tem influenciado até mesmo nos hábitos alimentares das crianças, e devido a isso, para crianças até 5 anos no Brasil, o número de obesos é de 1 milhão. Outro dado alarmante é sobre o consumo de refrigerante no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, o consumo de refrigerantes no Brasil aumentou de sete litros por pessoa/ano, em 1975, para 28 litros em 2005 - um aumento de 400%.
O consumismo é tido pelos especialistas como um dos grandes problemas da vida moderna, pois não causam apenas transtornos financeiros, mexe também com o psicológico das pessoas. E são grandes causadores de depressão.
As características de um consumista são as mesmas em qualquer lugar do mundo, eles compram para substituir ou compensar algum problema, como por exemplo, a saudade, da família, a perda de um ente querido, etc.
E como estamos tratando de crianças, devemos ensiná-las que não se pode ter tudo, e o bom é aprender isso desde cedo. Para se ter uma coisa, perde-se outra, a vida é assim. Não adianta querer dar tudo para uma criança porque mais cedo ou mais tarde, a vida vai ensinar isso e como a criança não está preparada vai sofrer muito mais.
Muitos pais confundem amor com ceder a todos os caprichos dos pequenos. É como se fosse uma forma de compensar, em alguns casos, a ausência diária, a falta de tempo de ficar com os filhos. Na verdade o que a criança está pedindo é atenção e carinho, e não presente. Por isso é comum uma criança receber o presente que tanto desejava e depois de poucos dias, desejar intensamente outra coisa. Desejam preencher um vazio que brinquedo algum tem capacidade de substituir.
Na era moderna, o Natal, a Páscoa e outras datas que deveriam ter um sentido mais bonito e verdadeiro, tornam-se uma época de intenso consumismo.
Queremos alertar que os presentes e objetos que as crianças avidamente consomem, produzem um prazer rápido e superficial. A emoção torna-se instável e ansiosa. Passados alguns dias, perdem o prazer pelo que consumiram e procuram outros objetos para tentar satisfazê-las, gerando um mecanismo que tem princípios semelhantes com a dependência das drogas. A felicidade se torna uma miragem para elas.

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