Como conciliar filhos e trabalho

Conciliar trabalho e filhos é um desafio para os pais que têm que trabalhar fora

Vilma Medina, Diretora de Guiainfantil.com
Neste artigo
  1. Os pais que trabalham e a educação dos filhos
  2. Como conciliar a vida familiar e o trabalho

Para muitos pais, cada vez fica mais difícil conciliar o trabalho e os filhos. Muitos se sentem frustrados, com sentimento de culpa e impotentes diante da falta de tempo para estar junto aos pequenos, por ter que deixar a educação dos seus filhos nas mãos de terceiros e não poder participar e acompanhá-los em suas atividades.

Os pais são a base da estrutura da personalidade dos seus filhos, e a falta de tempo, devido ao trabalho os obrigam a aproveitar os poucos momentos com eles com qualidade. Mesmo que esse “abandono” repercuta na formação da identificação das crianças, o certo é que, de uma forma ou outra, eles acabam se acostumando e se adaptando a essas situações. Algumas crianças sofrem no começo, mas acabam se acostumando à rotina de sua família. Em momentos especiais, sentirão falta dos seus pais, mas infelizmente, em muitos casos, não se pode fazer nada para mudar essa situação.

Os pais que trabalham e a educação dos filhos

Como conciliar filhos e trabalho

Quando o casal tem que trabalhar e fica fora de casa o dia todo, é importante encontrar e estabelecer momentos de encontro entre eles. A atitude dos pais, nesse sentido, deve ser planejada, pois as crianças precisam de afeto, atenção e do contato físico com seus pais.

Os momentos em que os pais passam com seus filhos, representam uma riqueza em todos os sentidos para ambos. Nesses momentos de reunião, os pais devem estar totalmente voltados para eles para escutar com interesse as experiências vividas pelas crianças. No entanto, os psicólogos dizem que essa deve ser uma atitude natural e não uma obrigação, já que seria contraditório para as crianças perceber a falta de prazer dos seus pais nesses momentos, podendo interpretá-los como “não gostam de mim”, ou como “eu os chateio”, ou “não gosto deles”.

Os pais tem a obrigação de trabalhar, mas devem estar sempre que possível, nos bons e maus momentos, ao lado dos seus filhos. Brincar e falar com eles sempre. Se as crianças têm a atenção e o amor que tanto necessitam, o vínculo afetivo com seus pais será estimulado, e logo se verá que a autoestima e confiança deles aumentaram. As crianças precisam saber que, ainda que seus pais estejam distantes, terão que seguir suas regras. A educação não se faz somente de forma presencial.

Como conciliar a vida familiar e o trabalho

A necessidade de conciliar a vida familiar e o trabalho não pode se separar da ideia de corresponsabilidade da família com a sociedade. Devemos estar conscientes de que as pessoas devem ser valorizadas pelo que são, como pessoas, e não pelo que tem. Teresa López, decana da Universidade Complutense de Madrid  propõe três linhas de pensamentos para uma posterior reflexão:

1. Uso do tempo. A responsabilidade de ter filhos e educá-los é exclusivamente da família. A sociedade em geral e os poderes públicos devem ajudar a cumprir suas funções, mas nem eles nem ninguém devem ditar políticas que substituam a própria família. Não se trata de aumentar os horários dos colégios até às 10 da noite para que as crianças “não atrapalhem”, ou enchê-los de atividades extraescolares para que, desse modo, pais e mães possam trabalhar sem ter que se ocupar deles. Existe uma absoluta desconexão entre os horários dos nossos filhos e dos nossos trabalhos. Não é lógico que os horários irracionais de trabalho obriguem a aumentar a permanência dos filhos fora de casa. Deve-se advogar em mudar nossa cultura no que a utilização do tempo se refere.

2. Família e sociedade. As decisões tomadas no seio familiar devem afetar exclusivamente nosso âmbito privado. Se temos filhos ou não, é uma decisão familiar, e ainda que essa decisão seja algo que deva ficar entre quatro paredes, evidentemente que suas consequências saem da própria família, o que quer dizer que existem fortes inter-relações entre as decisões familiares e a própria sociedade. Uma afeta a outra, quando não deveria. 

3. Políticas de igualdade. Quando se fala de conciliação familiar e o trabalho, normalmente se fala de políticas públicas concebidas como políticas da mulher. A família é uma unidade que por si mesma contribui para a sociedade muito mais do que contribui a soma de cada um dos seus membros, portanto essas políticas de conciliação devem ir muito mais além dos direitos da mulher e incorporar ao debate dos direitos de todos os membros da família com a mesma intensidade. A conciliação da vida familiar e o trabalho nunca será possível se não existir a devida corresponsabilidade, a qual exige que se valorize não somente o trabalho que a mulher faz dentro de casa na educação dos filhos, como também seu papel profissional. A sociedade irá mudando à medida que as responsabilidades estejam mais divididas entre mulheres e homens.

Fonte consultada:
- Fragmentos de um artigo de Teresa López, Decana da Universidade Complutense de Madrid e vice presidente da Fundação Familiar.

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