O câncer de mama e a fertilidade da mulher

Como engravidar após um câncer de mama

Vilma Medina, Diretora de Guiainfantil.com
Neste artigo
  1. A fertilidade da mulher e o câncer de mama

Graças aos últimos avanços médicos, uma mulher diagnosticada de câncer de mama pode engravidar e dar de mamar ao seu bebê, sempre que a sua lesão não tenha sido de alto risco, ou seja, de suma agressividade biológica.

O diretor do Centro de Patologia da Mama e presidente da Fundação Tejerina, o ginecologista Armando Tejerina, assegura que as novas técnicas em cirurgia conservadora da mama e os avanços em criopreservação de óvulos para fecundação ‘in vitro’  abrem um leque de possibilidades às mulheres jovens para serem mães após um câncer de mama.

A fertilidade da mulher e o câncer de mama

Cancer de mama e Fertilidade da mulher

O aleitamento materno ajuda na prevenção do câncer? Quanto tempo é necessário prolongar o aleitamento? 

O aleitamento materno, atualmente, tem menos importância do que pensávamos há anos. Mas, é verdade que pode prevenir parcialmente o aparecimento do câncer de mama, quando este é realizado em idades jovens. Não é a mesma coisa o aleitamento de uma mulher de 24 anos do que uma de 38 anos, por motivos endocrinológicos. Se uma mulher por volta dos 24 anos tiver filhos e ela prolonga o aleitamento acima dos três meses, pode diminuir a porcentagem de câncer. Mas, quando o aleitamento acontece por volta dos 40 anos, esse fator protetor diminui. Na sociedade atual, que as mulheres têm os filhos por volta dos 35 anos em geral, inclusive aos 40 que amamentam naturalmente, não vemos claros benefícios. Um dos motivos é a involução parcial da lactação. A lactação deve ser natural e prolongada pelo menos durante três meses para produzir um claro benefício, tanto para a mãe como para o recém-nascido. 

O diagnóstico de câncer de mama e o seu tratamento podem influenciar negativamente na fertilidade da mulher. É possível preservar a fertilidade da mulher durante o tratamento do câncer de mama? 

Os tumores malignos na mama são cada vez mais frequentes e aparecem em idades cada vez menores. O câncer de mama, e, sobretudo seus tratamentos podem influenciar negativamente na fertilidade da mulher. Alguns ciclos de quimioterapia podem induzir a estados menopáusicos não reversíveis em mulheres acima dos 35 anos. Mas, agora é possível em mulheres jovens realizar a criopreservação dos óvulos para possíveis gestações mediante fertilizações ‘in vitro’. Será necessário esperar um tempo prudente de pelo menos três anos, para que a mulher possa engravidar

Uma mulher operada de câncer de mama pode ser mãe hoje em dia? 

Ter sofrido de um câncer de mama não impede uma futura gestação na mulher. Se bem, é necessário esperar um tempo de uns três anos para engravidar com um mínimo de risco, após ter finalizado os tratamentos oncológicos complementares, e desde que esteja livre da doença. No entanto, existem tumores que são de suma agressividade biológica e têm mais possibilidades de recorrência, e nesse caso se deve prolongar a possibilidade de uma gestação. Mas, quando a mulher está livre da doença e o tumor que teve não era de alto risco, podemos dizer que a partir do terceiro ano se pode engravidar e a gestação não repercute no seu estado de saúde. Está comprovado que as gestações nessas situações não aumentam o risco de recaída. 

É possível amamentar depois de ter sofrido de um câncer de mama? 

Sim, seria importante que a mulher amamentasse ao seu filho durante três ou quatro meses. Essas mulheres livres da doença podem ter inclusive dois ou três filhos e alimentá-los no peito, se assim desejarem. Está comprovado que esta prática não agrava a situação, mas tem que ser pacientes cujo grau de efeitos secundários em um futuro seja baixo. 

O câncer de mama também pode prejudicar a sexualidade das mulheres jovens. Além da reconstrução estética da mama, que outros tratamentos essas mulheres necessitam para se sentirem ‘plenas ou completas de novo’? 

A intervenção plástica em alguns casos e os tratamentos oncológicos pode afetar a sexualidade das mulheres jovens. A cirurgia conservadora ou a reconstrução após a mastectomia conseguem paliar os problemas estéticos. Os modernos tratamentos de quimioterapia com suporte de medicação para evitar náuseas e vômitos, implicam em um grande avanço para evitar os efeitos secundários. A facilidade da utilização de perucas ou lenços faz com que o problema da alopecia seja de mínima relevância. 

O câncer pode ser uma doença passageira na vida de uma mulher? 

É possível, hoje em dia, que o câncer de mama seja somente um parêntese na vida cotidiana da mulher, e que após um tempo razoável, possa desenvolver de novo todos os seus afazeres habituais e projetos de uma maneira natural, especialmente suas relações pessoais, ainda que num primeiro momento a paciente não deva romper sua atividade habitual ou a vida de trabalho e família. O seu companheiro e os psicólogos podem ajudá-la muito a pensar que este câncer seja algo momentâneo e se ela não modificar muito a sua vida, após algum tempo, volte a ser o que era antes.

Marisol Nuevo

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