Como divorciar sem afetar aos filhos

Vilma Medina, Diretora de Guiainfantil.com
Neste artigo
  1. Os filhos em meio à ruptura do casal

Não nego, o divórcio como solução para alguns conflitos do casal, é o menor dos males. Tão pouco nego o direito das pessoas buscarem um matrimônio feliz; mas essa reflexão tenta alertar sobre o prejuízo que as separações podem ocasionar nos filhos.

Esses frutos sempre lindos do amor, que em algum momento existiu, podem perceber que o seu lar se rompeu e começam a sofrer as disputas dos seus pais, as frases de mágoa, o ambiente hostil, as divisões de bens e a separação, que quando feitas erroneamente poderá comprometer seu futuro. 

Os filhos em meio à ruptura do casal

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Talvez a essas alturas do século XXI estamos sendo testemunhas de uma modificação dos modelos de família tal qual herdamos. Talvez os matrimônios já não sejam ‘até que a morte os separe’, mas muito além de predições e profecias, as rupturas matrimoniais traumáticas deixam alarmantes sequelas nos filhos que nada têm a ver com projeções ou especulações sociológicas.

Outra das circunstâncias que devem ser evitadas a todo custo é discutir sobre o divórcio diante dos pequenos. Já foi comprovado que muitas crianças terminam se culpando da separação dos seus pais como as imprescindíveis sequelas que isso provoca na sua autoestima e no seu equilíbrio psicológico. Recomenda-se abordar com eles as causas que motivaram a separação, de maneira que entendam que o direito à felicidade sobre o que se sustenta o divórcio nada tem a ver com o amor paterno ou materno. 

Mas, os pais devem ter muita prudência em precipitar a entrada dos pequenos em uma nova família: antes de apresentar-lhes outro companheiro (a) é preciso saber que o pequeno tem a capacidade ou não de assimilar essa relação. Uma vez consumado o divórcio é preciso livrar-se de ódios, rancores e ressentimentos, ainda mais para preservar as crianças. É imperdoável condená-los ao abandono afetivo tentando evitar os encontros com o (a) ex-companheiro (a). É importante que, por mais difícil que seja a ruptura, o vínculo pai-filho não sofra mais do que a própria separação implique. Esse vínculo, no final das contas é para a vida toda.

Nada justifica converter os pequenos em espiões que informem o que a outra parte está fazendo, nem em reféns do carinho para conseguir uma negociação vantajosa. No caso de ser preciso estabelecer um regime de visitas não se deve perder a perspectiva de que a prioridade é satisfazer a necessidade de compartilhar juntos, filho e progenitores, sem fazer disso um mecanismo de castigo. Alguns estudos asseguram que o divórcio figura entre as causas de estresse mais intensa que afeta a infância e que essa situação pode gerar por si mesma, ansiedade, medo, insegurança, sentimentos ambivalentes e diferentes transtornos de comportamento. 

De modo que, se houver conflitos no seu matrimônio e o divórcio seja iminente, ou pelo menos é uma das soluções possíveis, não se esqueça que: 

1. Os filhos não são culpados dos conflitos matrimoniais e não devem pagar pelos erros dos seus pais.

2. Apesar da distância, eles devem saber que contarão com o carinho e apoio de ambos os pais como se nada tivesse acontecido.

3. O bem estar, a segurança e a saúde dos filhos deve deixar de lado os rancores, os desejos de vingança, ódio... É sua opção fazer que prevaleça um ambiente amistoso na separação.

Se você tem crescido em uma família de pais divorciados e a experiência marcou a sua vida e tem servido para algo, a gente te convida para comentar sua opinião e se incorporar ao debate. 

Rosa Mañas

Redatora de Guiainfantil.com

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