Meu filho é autista e se comunica
- A comunicação das crianças autistas
Há 66 anos, quando Léo Kanner, médico e psiquiatra austríaco descreveu pela primeira vez o autismo, muito já foi feito para descobrir as causas deste transtorno. Mas, o convívio com este transtorno nem sempre é fácil. Algumas terapias são conhecidas, assim como importância do diagnóstico precoce, e os pais de crianças autistas já falam do tema com naturalidade e sabem como é importante o seu apoio na vida dos seus filhos.
Estive visitando o blog de Raimunda Gonçalves Mélo, brasileira, e mãe de Filipe, um menino autista, e me chamou a atenção alguns dos seus comentários sobre a importância de aceitar os filhos autistas.
A comunicação das crianças autistas
Mais do que aceitar ao seu filho, ela aprende com ele. Eu reproduzo algumas das suas citações:
'Aceito ao meu filho como ele é. Não espero que ele seja igual a outras pessoas, já basta o que ele tem que carregar para que eu coloque mais peso sobre suas costas. Se eu o aceito estou dando liberdade para que ele siga adiante. Não peço que ele tenha uma letra bonita. Ele escreve somente com maiúsculas e acredito que não exista nada pré-determinado que obrigue as outras pessoas escreverem em cursiva. Quando olho a Filipe, eu me vigio para não julgá-lo. Eu o deixo livre para que ele seja o que é. Não me preocupo com os olhares das pessoas nos shoppings, restaurantes, feiras, até mesmo com os movimentos estranhos que Filipe faz. Eu ensino às pessoas com o meu comportamento que as expressões devem ser respeitadas. Claro que dou limite ao meu filho. Eu o ensino como deve se comportar e ter educação, e sei o quanto ele se esforça. Por isso, aceito os seus limites’.
'Eu me sinto mais tranquila aceitando o meu filho como ele é. Dessa forma eu entro um pouco no seu mundo, entendo o seu comportamento e a lógica das suas ações. Eu o sinto mais próximo e consigo ver o esforço que ele faz para vir até mim. Se aceitarmos nossos filhos autistas, seremos também melhores pessoas porque compreenderemos mais aos outros’.
Raimunda acredita que um autista pode chegar a ser produtivo. Um exemplo disso são as aulas de arte que ela inscreveu Filipe. Há alguns anos ele começou a mover os pincéis e realizar pinturas e até hoje não se separou do seu cavalete. Filipe escolhe as cores, determina os espaços, fala e expressa seus sentimentos através das suas pinturas. Sua casa se converteu em um estudo, e o blog de Raimunda em uma exposição dos quadros de Filipe. Ela o faz para mostrar quanto ele gosta de sua arte. Estou de acordo com ela quando afirma que o ser humano é alguém quando realiza algo. A arte de Filipe se tornou em um meio para que a família o conheça e o encontre. Sua pintura o tranquiliza e o ajuda na elaboração e compreensão dos sentimentos.
‘Filipe não está preocupado se as pessoas gostam ou não do seu trabalho, se vão criticá-lo ou premiá-lo, ou se as suas pinturas serão expostas em museus ou galerias. No autismo não existe este comprometimento social. A pintura é a maneira que ele escolheu para falar com o mundo. ’
Vilma Medina
Diretora de Guiainfantil.com
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