O hipotireoidismo em bebês recém-nascidos
Graças ao exame do pezinho os bebês com hipotireoidismo podem ser tratados
- Nascer com hipotireoidismo
- O hipotireoidismo nos prematuros
- Hipotireoidismo transitório ou genético
- Diagnóstico do hipotireoidismo em bebês
O hipotireoidismo origina um atraso mental irreversível quando faltam os hormônios tireoidianos, que são necessários para o desenvolvimento do sistema nervoso central. Após o nascimento, graças à instauração do teste do pezinho a todos os recém-nascidos é possível diagnosticar e tratar com a rapidez necessária a maioria dos casos de hipotireoidismo congênitos, ainda que não apresentem sintomas.
A falta dos ditos hormônios nos últimos meses de gestação e nos primeiros dias de vida pode dar lugar a um incorreto desenvolvimento do cérebro do bebê. Por esse motivo, todas as gestantes devem realizar controles periódicos para apresentar valores de hormônios tireoidianos normais, o que implica em ter níveis de iodo adequados.
Nascer com hipotireoidismo
Os hormônios tireoidianos não só são necessários para o correto desenvolvimento cerebral, também são imprescindíveis para o funcionamento de determinados órgãos e sistemas (metabolismo, coração, aparelho digestivo, aparelho reprodutor), que se vêem afetados quando não se tem níveis adequados.
Atualmente, o hipotireoidismo é a disfunção tireoidiana mais frequente e afeta de 1 a 3% dos recém-nascidos. E, além disso, calcula-se que 5% das crianças apresentam hipotireoidismo leve ou subclínico.
A cobertura próxima dos 100% da Triagem Neonatal mediante o exame do pezinho é o principal avanço nesse campo, já que torna possível que após o nascimento sejam diagnosticadas e tratadas todas as crianças com esse tipo de hipotireoidismo e com a rapidez necessária para evitar futuros problemas no desenvolvimento neurológico.
O hipotireoidismo nos prematuros
A detecção do hipotireoidismo congênito através da medida de TSH no sangue capilar do recém-nascido obtida no exame do pezinho tem dado resultados espetaculares na prevenção do aparecimento da doença.
A detecção do hipotireoidismo nos recém-nascidos prematuros (gestação menor de 32 semanas) é muito importante e os tempos de extração de amostras devem ser ajustados para que o valor do seu resultado seja ótimo para o controle e acompanhamento dessas crianças. Além disso, nos últimos anos já se avançou na melhora da detecção de alguns casos de falsos negativos, como são os gêmeos, graças à repetição do teste do pezinho aos 15 dias.
Hipotireoidismo transitório ou genético
Existem duas formas diferenciadas de hipotireoidismo:
1. Os congênitos. Neles se podem fazer duas distinções. Uns têm origem genético e necessitam tratamento durante toda a sua vida, e outros, os transitórios, em que a origem da disfunção tireoidiana pode ser devido à mãe, seja por sofrer certas doenças tireoidianas, ou por determinados tratamentos. Um excesso ou defeito de iodo pode ser a causa. Nesses casos, pode-se suspender o tratamento, uma vez recuperada a correta função tireoidiana. A população mais afetada são as crianças prematuras.
2. Os adquiridos. Sua prevalência aumenta com a idade. Os sintomas neste tipo dependem do grau de disfunção, ainda que os principais sejam o baixo tamanho, obesidade, prisão de ventre, pele seca e sonolência. Neste grupo, os que sofrem de hipotireoidismo claramente patológicos podem ter uma origem auto-imune, e os subclínicos têm origem em 29% dos casos.
Diagnóstico do hipotireoidismo em bebês
O diagnóstico do hipotireoidismo na infância torna possível prevenir futuras alterações da tireóide na idade adulta. De fato, cada vez se publicam mais trabalhos de patologia tireoidiana na idade adulta cuja origem está na infância.
O diagnóstico do hipotireoidismo congênito não é tecnicamente complicado, já que simplesmente se determina o nível de TSH na mostra de sangue total (teste do pezinho realizado na Triagem Neonatal). Tão pouco é complexo o estudo da disfunção da tireóide pelo laboratório de bioquímica. O mais complicado é conhecer a causa (a etiologia) que origina tal disfunção. Neste sentido seria muito útil saber quais genes são os responsáveis de muitas das ditas patologias tireoidianas, tanto para o seu diagnóstico como para o tratamento.
Marisol Nuevo
Redatora de Guiainfantil.com
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