Por que algumas mulheres não produzem leite materno suficiente

Quais são as causas da hipogalactia entre as mães lactantes

Vilma Medina, Diretora de Guiainfantil.com
Neste artigo
  1. Causas da hipogalactia relacionadas com a anatomia da mama
  2. Causas da hipogalactia devido a uma doença materna 
  3. Causas da falta de leite materno devido ao parto

A produção insuficiente de leite materno se denomina hipogalactia, e ainda que ouçamos com frequência muitas mulheres dizerem que o seu aleitamento fracassou porque ‘não tinha leite suficiente’ é uma alteração que acontece numa porcentagem muito baixa de mães. 

A hipogalactia é aquela situação em que a mulher não é capaz de produzir leite suficiente para satisfazer as necessidades nutricionais do seu bebê de maneira exclusiva, e é necessário complementar com a mamadeira. 

Causas da hipogalactia relacionadas com a anatomia da mama

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- Cirurgia de redução da mama: há vezes em que de maneira secundária à redução do peito se elimina parte da glândula mamária. Nesses casos a produção de leite pode ser comprometida e temos que recorrer a uma alimentação mista

- Mastectomia unilateral: naqueles casos em que se realiza a amputação de um peito. Pode acontecer que a mãe não produza leite suficiente com somente um peito para cobrir as necessidades do bebê. No entanto, há muitos casos em que a mãe alimenta ao seu filho com somente uma mama. É verdade que requerem muito apoio por parte do seu meio e de profissionais de saúde competentes. 

- Hipoplasia mamaria: é uma alteração em que existe uma ausência de tecido mamário. Os peitos têm um tamanho normal, mas uma morfologia característica e o volume mamário encontra-se significantemente reduzido. Podem ser peitos muito separados entre eles, de forma tubular e podem apresentar diferenças evidentes entre o tamanho entre um e outro peito. No entanto, somente mediante a  evolução do pós-parto, o aumento do peso do bebê durante os primeiros dias vai determinar a necessidade de suplemento. 

Causas da hipogalactia devido a uma doença materna 

- Alterações da glândula tireóide: especialmente é o hipotireoidismo o que pode se associar a alterações de produção de leite, ainda que qualquer alteração da glândula tireóide pode produzi-la (hipotireoidismo, hipertireoidismo ou tireoidite). É por isso que diante de qualquer alteração na produção de leite se deve realizar um estudo da função tireoidiana. 

- Alterações no índice de massa corporal: seja obesidade mórbida como baixo peso (anorexia nervosa). As primeiras podem ter um atraso na subida do leite, enquanto que o baixo peso pode apresentar uma alteração na formação da glândula mamária.  

- O diabetes materno ou inclusive o gestacional pode induzir o atraso na subida do leite. Da mesma forma que as mulheres com obesidade se recomendam muito contato pele a pele. 

- Mastite: depois de uma infecção pode baixar a produção durante alguns dias até que a inflamação diminua e se restabeleça a função do peito. 

- Síndrome do ovário policístico: essas mulheres têm várias manifestações clínicas como hirsutismo, menstruações dolorosas, alterações na ovulação e também alterações nos receptores da prolactina. No entanto, não é indicativo de problemas durante o aleitamento. Estima-se que um terço das mulheres terá uma produção normal e 3% hipogalactia.

Causas da falta de leite materno devido ao parto

- Cesárea: as cesáreas urgentes produzem muita ansiedade à mãe, enquanto que as programadas sem que a mulher chegue a se colocar em parto implicam duas situações em que pode se ver afetado o início do aleitamento. Também nesses casos o contato pele a pele com o bebê, a estimulação com a bomba de leite ou manual e a suplementação do bebê, se for necessário, são chaves para estabilizar a situação. O medo e o estresse excessivo podem inibir a produção, e no caso das cirurgias programadas ao demorar o processo do parto, o corpo não está preparado para o início do aleitamento. 

- Retenção da placenta: fisiologicamente, a produção de leite se inicia quando a placenta se desprende do útero. Caso fique algum resto pode ser que a cascata hormonal necessária para que se ponham tudo em andamento se detenha. Pode chegar a produzir colostro, mas não leite de transição.  

- Síndrome de Sheehan: devido a uma hemorragia massiva durante o trabalho de parto/cesárea que produz a falta de irrigação na glândula pituitária, que controla os hormônios que estão relacionados com o aleitamento materno. É uma situação excepcional, que pode chegar inclusive a fazer com que a produção de leite seja inexistente. 

Na maioria dos casos a hipogalactia não é facilmente reversível, mas com a ajuda de especialistas em aleitamento materno e, às vezes, de alguns medicamentos, será possível chegar a paliar a hipogalactia e conseguir um aleitamento materno exclusivo em alguns casos ou a estabelecer um aleitamento misto em outros. 

Sara Cañamero de León

Matrona

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