Crianças, hoje vale tudo!

Para muitos pais chega a doer a boca de tanto dizer “não” aos filhos, e ainda que reconheça que é necessário dizer esse fatídico monossílabo, também temos que levar em conta que nossos filhos necessitam escutar algum “sim” ou “está bem”. É importante que façamos certas concessões aos filhos, para que não desanimem pela tristeza ou pela repressão constante dos seus desejos. 

Um dia para que as crianças façam o que quiserem

Pessoalmente já tive a necessidade de dar algum privilégio especial aos meus filhos: o convite de um amigo, uma saída especial, um presente, uma conversa íntima... E posso dizer que é ainda mais importante quando se têm irmãos e a atenção dos pais deverá ser repartida entre todos, obrigatoriamente. Cada criança tem que saber que é especial para os seus pais. Tem que saber que seus pais confiam nela, que sabem valorizar e premiar suas boas condutas, que seus pais a amam e estão dispostos a dar-lhes alguns privilégios ou atenções pessoais, ou ceder diante de algum desejo para ver seus filhos felizes. 

Nas famílias com muitos filhos, muitas vezes é mais difícil concordar com certos pedidos, já que por falta de tempo ou comodidade, preferimos dar um “não” a gerar conflitos ou ciúmes entre irmãos. Assim, não consentimos que o filho mais velho não veja um filme na casa de um amigo porque o menor vai nos exigir os mesmos privilégios. Tanto para uns como para outros, devem existir momentos especiais em que possam se sentir importantes, queridos e compreendidos. Um dia especial dedicado a cada um deles. 

O dia das crianças 

Uma amiga comentou comigo que uma conhecida sua, instituiu com grande êxito na sua família “o dia em que tudo pode” como prêmio a uma boa conduta, como maneira extraordinária de incentivar a autoestima, como mostra de confiança ou como dia de descanso para deixar de dizer nosso constante “não”. Seus filhos estão encantados com tal festa: é um maravilhoso dia em que eles escolhem seu prato favorito para comer, para transgredir a dieta ideal com muitos doces, para assistir a televisão até mais tarde, para brincar sem nenhuma outra preocupação. 

Essa mamãe considera (em minha opinião, com muito juízo) que tem que haver momentos em que devemos dar uma parada no nosso trabalho educativo, que a gente relaxe e que façamos o mais conveniente para as crianças e que façamos alguma outra transgressão das normas estabelecidas. Pelo menos enquanto durar o dia “em que tudo se pode!”. 

Patro Gabaldón
Redatora de Guiainfantil.com

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