Quando a criança brinca de se vestir do sexo oposto

O que significa uma criança brincar de ser do outro sexo

Vilma Medina, Diretora de Guiainfantil.com
Neste artigo
  1. Quando as crianças começam a brincar de ‘ser do sexo oposto'
  2. Quando se preocupar diante de um transtorno de identidade da criança 

É normal que um menino pequeno de três ou quatro anos goste de brincar com bonecas mais do que com os carrinhos ou bolas? Por que nos surpreende e inquieta que o nosso filho ou filha brinque de ser uma criança do sexo oposto e queira se vestir como mamãe ou papai, como uma irmãzinha ou o melhor amigo da classe? Os pais devem se preocupar ou apoiar essas condutas? É normal ou pode se tratar de um transtorno de identidade sexual?

Na maioria dos casos o fato de brincar com bonecas, carros ou bolas, querer pintar as unhas ou colocar sapatos de saltos faz parte do processo de aprendizagem e desenvolvimento da identidade de sexo e gênero dos nossos meninos e meninas.

Quando as crianças começam a brincar de ‘ser do sexo oposto'

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Neste processo de se identificar e se sentir como um menino ou menina, que começa por volta dos 18 – 36 meses e continua acontecendo mais além dos 7 – 8 anos, neste caso, intervêm fatores genéticos, psicológicos, sociais e culturais.

As crianças aprendem através da imitação e da brincadeira, e gostam de observar e colocar em prática tudo quanto vêem. Brincar ou querer fazer ‘coisas do outro sexo’ é algo que faz parte da curiosidade, da vontade de conhecer, experimentar e investigar dos nossos filhos. E, apesar da inquietação que isso gera nos pais, quando os meninos se inclinam pelos brinquedos ou roupa de menina é completamente normal. 

O fato de preferir uma boneca ou um carrinho de passeio, brincar de ser uma menina ou preferir jogar futebol no lugar de imaginar ser uma linda princesinha... Nada disso tem a ver com a futura tendência sexual dos nossos filhos. Neste momento está em evidência o jogo simbólico ou de papéis onde meninos e meninas estão colocando em prática habilidades sociais que lhes ajudarão no futuro. Brincam e desenvolvem sua inteligência, imaginação e criatividade. Por este motivo, devemos apoiar-lhes sem limitações. Trata-se de evitar estereotipar a brincadeira, a atividade mais importante das crianças.

Quando se preocupar diante de um transtorno de identidade da criança 

No entanto, existem casos em que o menino ou a menina persiste nas suas preferências pelos jogos, vestidos e condutas sociais e culturalmente entendidas como parte do sexo ao que não pertence. De acordo com o manual de diagnóstico e estatístico dos transtornos mentais, para o diagnóstico de transtorno de identidade sexual nas crianças, o menino ou a menina deve manifestar, entre outros, quatro ou mais dos seguintes traços: 

- Desejos repetidos ou insistência de ser do outro sexo.

- Nos meninos, preferência em se travestir ou por simular vestimenta feminina; nas meninas, insistência em colocar somente roupa masculina.

- Preferências marcadas e persistentes pelo papel do outro sexo.

- Desejo intenso de participar nas brincadeiras e nos passatempos próprios do outro sexo.

- Preferência marcada por estar com companheiros do outro sexo.

Quando as preferências e condutas que o nosso filho ou filha expressam nos inquietam e nos preocupam, a melhor a opção sempre é procurar pelos especialistas, nosso pediatra primeiro e o especialista em psicologia infantil, em segundo lugar, poderão nos esclarecer se trata de uma simples fase normal de brincadeira ou bem de um possível transtorno da identidade sexual. Seja como for, eles sempre nos oferecerão informação rigorosa e a orientação necessária para apoiar os nossos filhos a caminho da idade adulta.

Sara Tarrés Corominas

Psicóloga infantil 

Orientadora infantil

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