O perigo de criar órfãos digitais

Pais que vivem grudados aos celulares

Vilma Medina, Diretora de Guiainfantil.com
Neste artigo
  1. Quando os pais trocam seus filhos pela tecnologia
  2. Não se deve delegar o cuidado das crianças à tecnologia 

As crianças de hoje em dia desde que nascem têm acesso a computadores, tablets e telefones celulares de última geração. Eles vêem seus pais trabalhar com esses aparelhos e estão habituados a utilizá-los desde muito pequenos. 

Podemos denominar a esse tipo de crianças como uma ‘geração de nativos digitais’ devido à normalidade com que fazem uso das novas tecnologias. Por sua vez, o mau uso dessa tecnologia tanto pelos pais como pelos filhos nos leva à existência de órfãos digitais. 

Quando os pais trocam seus filhos pela tecnologia

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Neste caso, os órfãos digitais são aqueles cujos pais prestam mais atenção à tecnologia que aos pequenos. Dedicam mais tempo navegando na internet ou usando celulares do que às suas famílias. 

É comum que esse tipo de órfãos digitais receba todo tipo de cuidados fundamentais para seu desenvolvimento, mas carecem da base sobre a qual sustentam todos os demais: o carinho e o apego. 

Esse tipo de pais prefere delegar o cuidado dos seus filhos a outras pessoas como podem ser: babás, avós, etc. Além disso, mesmo estando fisicamente no mesmo espaço estão ausentes, já que dedicam toda sua atenção às redes sociais ou, inclusive, podem chegar até o extremo em optar por comunicar-se mediante chats com os pequenos (não é exagero!). 

Isso faz com que as crianças se sintam ignoradas e menosprezadas. E isso tem como consequências: 

- Uma falta de confiança em si mesma e uma baixa autoestima.  

- Sentimento de tristeza.

- Baixa motivação e rendimento escolar. 

- Aumento da timidez e da agressividade. 

- Ser socialmente menos ativa. 

- Busca de relações virtuais (sem limites, nem normas sobre como fazê-lo). 

Não se deve delegar o cuidado das crianças à tecnologia 

Na sociedade em que vivemos onde o normal é que ambos os pais trabalhem e tenham horários extensos, é muito provável que os adultos se sintam culpados por não poder estar todo o tempo que desejam com os filhos, e o pouco tempo que estão juntos custam marcar normas e limites, sendo passivos diante do uso das novas tecnologias

Não podemos delegar nos dispositivos tecnológicos a educação e o cuidado das crianças. Esses tipos de aparelhos não podem adotar nem substituir os adultos no seu papel de pais. Por outro lado, é algo que faz parte da sociedade atual e não se podem proibir. Por isso, é importante que a atitude dos pais seja ativa, onde os adultos imponham normas e limites no uso das novas tecnologias. 

É responsabilidade dos progenitores orientarem as crianças na era digital. Nada exime os adultos do seu dever como pais. Alguns conselhos:  

- Usá-los durante um determinado tempo. Com isso se consegue que não se torne um vício tanto para a criança como para o adulto. 

- Ter todas as ‘obrigações’ cumpridas antes de poder usá-las. Realizar, por exemplo, algumas tarefas domésticas. 

- Estabelecer diálogo. Deixando de lado os aparelhos eletrônicos e usar um tempo para uma conversa. Por exemplo, o momento de realizar tarefas domésticas poderia ser feito pelos pais e filhos para poderem ter tempo juntos e conversar. 

- Os dispositivos devem estar em um lugar à vista do adulto.

- Planejar um tempo junto aos pequenos enquanto joga. Os pais, sobretudo quando as crianças são pequenas ou não conhecem a rede que estão acessando devem estar com elas enquanto as usam. 

- Controle no acesso permitido para páginas ou jogos de acordo com sua idade.  

Borja Quicios

Psicólogo educativo

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