Como explicar uma catástrofe para uma criança de 3 a 6 anos

Como falar de uma tragédia ou catástrofe com menores de 6 anos

Vilma Medina, Diretora de Guiainfantil.com
Neste artigo
  1. O que levar em conta ao explicar a uma criança de 3 a 6 anos uma catástrofe
  2. Como reagem as crianças quando vivenciam essas situações 
  3. O que acontece quando essas catástrofes são vistas na televisão 

Catástrofes naturais, acidentes e nos dias de hoje, a realidade da violência e do terrorismo são situações que demandam uma resposta imediata dos adultos diante das reações que possam desencadear essas realidades nos pequeninos e oferecer-lhes proteção. 

Como podemos falar com uma criança de 3 a 6 anos de todas essas notícias que falam de catástrofes e fatos dramáticos

O que levar em conta ao explicar a uma criança de 3 a 6 anos uma catástrofe

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Devemos levar em conta que as crianças de 3 a 6 anos acreditam que a morte é um estado temporal e reversível. Entendem que o falecido está dormindo, portanto continua respirando e em algum momento despertará. Além disso, acreditam que só pensando as coisas acontecem. Nessa faixa etária a criança interpreta o mundo e as coisas que os adultos explicam de forma literal. 

Como reagem as crianças quando vivenciam essas situações 

Cada criança é diferente e tem sua forma de reagir. As reações de medo, tristeza e ansiedade variam de criança para criança. Não são iguais às dos adultos e tão pouco entre uma criança e outra. Podem acontecer reações como: 

- Falarão mais do que o normal. Estarão mais agitadas ou não falarão nada porque têm dificuldades para expressar o que as estão incomodando. 

- Às vezes mostrarão sua dor através da brincadeira. 

- Sentirão medo generalizado como pode ser o estar sozinho, medo de dormir ou de um animal especificamente. 

- Inquietação diante da possível perda de outra pessoa conhecida. 

- Não tem certeza sobre quem vai cuidar dela ou levá-la à escola. 

- Perdem autonomia e podem apresentar regressões no seu comportamento como, por exemplo, fazer xixi na cama, não comer sozinhos, não saber se vestir, etc. 

- Poderão sofrer alterações do sono como ter pesadelos, começar a despertar agitados ou não querer ir dormir sozinhos. 

Diante desses comportamentos os adultos devem seguir o esquema de conter, acalmar, informar, normalizar e consolar. 

O que acontece quando essas catástrofes são vistas na televisão 

Os adultos podem até chegar a pensar que as crianças não se interessam pelas notícias e que não estão prestando atenção. Mas, ao contrário do que pensamos as crianças entendem, aprendem e lembram com grande ênfase aquilo que vêem na televisão. Diferente dos filmes ou dos programas de entretenimento as notícias são reais. 

Para aliviar os medos das crianças sobre as notícias, os pais podem: 

- Exercer como ‘agentes de socialização’, ou seja, explicar às crianças as imagens e os comentários que aparecem na telinha e as dimensões do acontecido. 

- Oferecer a verdade, mas somente a verdade que uma criança deva saber. Ser tão sincero e o menos explícito possível. Não há necessidade de entrar em detalhes que não interessam à criança. 

- Colocar as notícias num contexto correto. Mostrar-lhe que determinados acontecimentos são isolados e que alguns fatos estão relacionados com outros. Isso ajuda a criança a entender. 

- Assistir as notícias junto com as crianças para filtrar as notícias inadequadas. 

- Antecipação. Evitar espetáculos que não sejam adequados para o nível de desenvolvimento da criança

- Utilizar outros meios com imagens menos perturbadoras para transmitir as notícias. 

Borja Quicios

Psicólogo educativo

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