Como explicar uma catástrofe para uma criança de 0 a 3 anos
Como um fato traumático afeta a um bebê
Na vida acontecem situações traumáticas que podem chegar através de um terremoto, inundação, ato violento, morte de um ser querido, etc.
Dependendo da idade que a criança tenha esse desastre a afetará de maneira diferente. Por exemplo, uma criança de sete anos poderá se manifestar não querendo ir à escola, enquanto que um adolescente pode mostrar um baixo rendimento escolar. Neste momento a gente vai se concentrar em como as crianças de 0 a 3 anos vivenciam um momento desse e qual o papel dos adultos nisso tudo.
Como um bebê de 0 a 3 anos reage diante de uma catástrofe
Para começar, há que recordar que cada criança é diferente e tem sua forma de reagir. As reações de medo, tristeza e ansiedade variam. Não são iguais às dos adultos e tão pouco o são de uma criança para outra. Além disso, é importante saber que nessas idades a gente pode encontrar com pessoinhas que não conseguem se expressar linguisticamente de uma maneira perfeita. Por isso a gente deve estar atenta a outros tipos de sinais:
- Volta a estágios de desenvolvimento anteriores. Algumas das condutas de aprendizagem podem regredir como, por exemplo, a volta às fraldas uma vez que não consegue controlar esfíncteres.
- Aparecerão mais birras e de maneira recorrente. Chorarão mais. A gente deve levar em conta que os limites devem continuar, ainda que se flexibilizem nos primeiros dias.
- A maneira de mostrar a tristeza em crianças é complexa. Muitas vezes mais do que tristes, a criança se mostra irritadiça. Quando a criança já pode falar pode aparecer frases como: ‘eu te odeio, não te amo, tudo é culpa sua’. Temos que pensar que é a maneira que as crianças têm em verbalizar essa tristeza.
- Demanda mais atenção. Terão mais problemas em se afastar do adulto de referência.
Como ajudar as crianças de 0 a 3 anos aos que vivenciaram uma catástrofe
Existem muitas coisas que os adultos podem fazer pela criança que acaba de viver um fato traumático. Por exemplo:
- Contenção: Não se refere a proibir que a criança faça algo, mas que o faça de maneira controlada, acompanhado-a para evitar situações nocivas como: jogar-se contra o chão ou parede.
- Os pais devem dar à criança segurança e carinho para que se sinta confortada.
- Acalmar. Dar um espaço para que a criança chore ou grite.
- Há que levar em conta os pequenos detalhes, como ajudar a criança a se relaxar. Isso a gente o fará através de rotinas como: cantar cantigas, contar um conto ou dar-lhe um banho com água morna...
- Informar: Devemos dizer as coisas com tom pausado e tranquilo. Levaremos em conta que esse passo é muito mais importante conforme as crianças cresçam. Ou seja, você deve levar em conta que numa criança de 2 – 3 anos a linguagem expressiva não está tão desenvolvida, mas a compreensiva sim. Portanto, nessa idade é importante explicar-lhes a situação e responder-lhes a perguntas como: O que aconteceu? O que vai acontecer a partir de agora? Também é conveniente dar-lhes opção para que perguntem à vontade e responder-lhes de forma coerente e sincera.
- Normalizar: Fazer com que a criança veja que ela não é a única que tem esses sentimentos ou essas reações. Por exemplo, se ela nos vê chorar, elas se permite chorar. Muitas vezes, nosso sentimento é protegê-la, uma vez que quando a virmos chorar dá uma idéia que isso não é bom. Não permitirmos que a criança o faça, a gente acaba fazendo com que ela guarde seus sentimentos e isso acabará sendo prejudicial a ela.
- Consolar e procurar fazer atividades positivas com elas. Dar-lhes o controle de pequenas tarefas para que se sintam úteis: Apresentar rotinas diárias. A criança tem que ver que realmente algo grave aconteceu, que houve uma ‘ruptura’, mas a vida e o resto das coisas seguem.
- Permitir-lhes que brinquem ou desenhem sobre o que aconteceu: Não pedir que o façam explicitamente, mas consenti-lo se acontece espontaneamente na criança, já que necessitam integrá-lo na sua vida diária.
Se ao final de quatro semanas continuam acontecendo essas situações é bom consultar um especialista.
Borja Quicios
Psicólogo educativo
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