O aleitamento artificial tem séculos de história

Vilma Medina, Diretora de Guiainfantil.com
Neste artigo
  1. História do aleitamento artificial
  2.  
  3. O aleitamento artificial hoje em dia 

Estudos científicos têm demonstrado que amamentar aos filhos contribui com inúmeros benefícios aos lactentes que o leite artificial não possui. Muitos anticorpos são passados da mãe ao filho, os problemas gástricos se reduzem, assim como as diarréias, as infecções, as alergias e a obesidade, entre muitos outros fatores. 

Mas, também é certo que muitas mães não podem dar de mamar aos seus filhos, seja por um problema de saúde ou porque não tenham leite suficiente, ou porque a criança não o tolere ou por decisão própria e isso não deve ser motivo de depressão para elas, nem tão pouco sentimento de culpa. 

História do aleitamento artificial

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Nos últimos anos eu tenho visto como minhas amigas acabam sendo obrigadas a dar de mamar aos seus filhos devido a uma grande pressão social, familiar, médica e midiática. Não dar de mamar a uma criança se considera hoje em dia uma grande aberração. Eu mesma tive que enfrentar olhares incômodos quando decidi em não dar o peito às minhas gêmeas sob prescrição médica devido à falta de leite e o estresse que um aleitamento múltiplo produz. Muita gente me tratava como uma mãe ruim e que não me sacrificava pelas minhas filhas. Hoje, após 7 anos depois eu evito dizer a algumas pessoas que dei mamadeira para não ter que dar explicações e pela sensação de culpa que ainda sinto. 

Mas, recentemente eu me deparei com um livro que falava da história do aleitamento infantil e que surpresa! Eu fiquei por dentro que o aleitamento artificial já acontece desde as primeiras civilizações. As rainhas e as classes mais altas das civilizações egípcia e romana deixavam de dar o peito aos seus filhos porque acreditavam que isso era coisa de gente humilde, e que já eram utilizados chifres de vaca e outros recipientes similares. Essas mães contratavam os serviços de uma ama-de-leite, que era algo mais chic, e quando isso não era possível se recorria ao leite de animal, sendo a vaca a mais utilizada, devido a sua facilidade para sua obtenção. As mulheres gregas tão pouco viam com muitos bons olhos em tirar o peito e dar de mamar aos seus rebentos, e inclusive algumas delas pensavam que envelheceriam de forma prematura. 

A Idade Média nos trouxe as primeiras mamadeiras de madeira da Alemanha e durante os séculos XVI e XVII amamentar não estava na moda. Continuavam acreditando que envelheceriam e, além do mais não lhe permitiam se vestir na moda. Mas, se mesmo assim as mulheres pudessem ter alguma dúvida, o homem começou a ter um papel importante, uma vez que não permitia que suas mulheres dessem de mamar nas classes altas, já que atrasaria o retorno da fertilidade e não poderiam ter os numerosos herdeiros que desejavam. As crenças de que menstruando ou estando grávida, o leite materno era ruim para os bebês e isso contribuiu para que as mães substituíssem os peitos, desde os primeiros meses de vida, por pão molhado, caldos e inclusive papinhas; dizem que o rei Luis XIII tomou papinhas desde os 18 dias de idade! 

O caso é que a revolução industrial não mudou muito essa tendência e, além disso, trouxe a primeira sombra de algo que ainda perdura: a incorporação da mulher ao trabalho o quanto antes. Além das amas-de-leite, as mães foram incentivadas ao uso do leite de vaca como alternativa, mas nessa época a população que tinha acesso ao leite fresco facilmente acabava misturando com água contaminada e o cólera assolou parte da população infantil. Os médicos pensavam que dar de mamar mais além do nono mês conferia ao bebê raquitismo, doenças mentais e perda de peso, além do cansaço, fadiga, dores de cabeça, vertigens, surdez, cegueira e loucura na mãe e com o recente descobrimento da borracha propiciou que o seu uso também estivesse destinado a criar bico de mamadeira e o aleitamento combinado era recomendado.  

O aleitamento artificial hoje em dia 

Para a nossa tranquilidade os leites de hoje em dia estão de olho nas pesquisas clínicas continuamente. As novas fórmulas têm se adequado às necessidades dos lactentes, ainda que, é claro, nunca poderão das os mesmos aportes que um leite natural. Foram acrescentadas vitaminas que faltava nos leites anteriores e são recomendados nos casos de alergias ao leite materno ou com problemas metabólicos. Tentam se parecer o máximo possível com o leite materno, e mesmo nunca possam ser igual, continua sendo um bom substituto. 

Está claro que dar de mamar ou não deve ser uma decisão totalmente pessoal e seja qual for essa escolha não há por que se culpar por isso. 

Patricia Fernández

Redatora de Guiainfantil.com

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